O
tecido epitelial é um dos quatros tipos básicos de tecidos do nosso corpo
juntamente com os tecidos: conjuntivo, muscular e nervoso. O mesmo desempenha
inúmeras funções no organismo sendo as principais de revestimento das superfícies
internas e externas dos órgãos ou do corpo como o todo e de secreção (JUNQUEIRA;
CARNEIRO. 2013).
O
tecido epitelial tem como características células poliédricas justapostas (ou
seja, muito unidas, com pouca matriz extracelular) com uma alta capacidade
regenerativa. Este tecido é avascular, sendo sua nutrição feita através de
difusão dos nutrientes pelo tecido conjuntivo subjacente. Ele também é
responsável pelo revestimento e proteção das superfícies internas e externas
dos órgãos e age no processo de absorção do intestino, desempenha de secreção e
excreção nas glândulas. Existem tipos especiais de epitélio como os dos órgãos
sensoriais que tem uma função de sensor e função germinativa como o epitélio
dos testículos. (OVALLE; NAHIRNEY; NETTER, 2014).
Entre
as células epiteliais e o tecido conjuntivo adjacente há uma delgada lâmina de
moléculas chamada de lâmina basal. Está lâmina só é visível ao microscópio eletrônico
e é constituída de colágeno tipo IV e glicoproteínas (Figura 1). Exercer importantes funções como: promover adesão das
células do epitélio ao tecido conjuntivo subjacente; influenciar a polaridade
das células; regulação de proliferação e diferenciação celular; influenciar o
metabolismo celular e servir de caminho e suporte para migração de células
(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2013).
Figura 1.
Corte histológico de tecido epitelial estratificado corado com PAS,
evidenciando a membrana basal. Fonte: Imagem obtida de www.dermatopatologia.com. Acessado
em 18/07/2018.
O
tecido epitelial pode ser classificado de acordo com o número de camadas de
células, com base no formato da camada mais externa de células ou em relação a
sua função (Figura 2). Com base no
número de camadas de células, o tecido epitelial com uma única camada é
conhecido como tecido epitelial simples
e com duas ou mais camadas é conhecido como tecido epitelial estratificado. Existe ainda o tecido epitelial pseudoestratificado que é formado por uma única
camada de células, contudo os núcleos das células são vistos em diferentes
alturas do epitélio passando uma falsa impressão de múltiplas camadas (OVALLE; NAHIRNEY; NETTER, 2014).
.
O
outro tipo de classificação envolve o formato das células ou o formato da
camada de células mais externas do tecido epitelial estratificado. Com base no
formato, o tecido epitelial simples pode ser classificado em:
Pavimentoso:
As células apresentam-se achatadas e são encontradas no mesotélio, revestindo
as cavidades do corpo, como por exemplo, a cavidade pleural, e também
recobrindo as vísceras, e no endotélio dos vasos linfáticos e sanguíneos.
Cúbico: As
células caracterizam-se pelo formato de cubo. Esse epitélio reveste externamente
o ovário.
Prismático: São
células altas e retangulares que são encontradas no revestimento do intestino
delgado.
Já o epitélio estratificado apresenta um arranjo tecidual
com varias camadas de células e pode ser classificado em:
Estratificado Pavimentoso:
Sendo dividido em queratinizado no caso da pele onde a superfície é seca, e não
queratinizado que reveste cavidades úmidas, por exemplo, a boca, esôfago e
vagina.
Estratificado Prismático:
Presente em poucas regiões do corpo humano, como na conjuntiva ocular.
Estratificado cúbico:
Presente em curtos trechos do ducto excretor de glândulas.
Estratificado de Transição:
Tem a camada mais superficial formada por células globosas, nem pavimentosas
nem prismáticas. Esse epitélio reveste a bexiga urinária, o ureter e parte
superior da uretra, o formato das suas células mudo conforme a distensão da
bexiga, podendo deixar as células achatadas quando a bexiga estiver cheia.
Figura
2.
Tipos de epitélio de revestimento. Fonte: Imagem obtida de www.todamateria.com.br/tecido-epitelial.
Acessado em 15 de Junho de 2018.
Por último os epitélios
podem ser classificados com base na função em:
Epitélio de revestimento: Responsável
por revestir o corpo externamente que é o caso da pele, bem como órgãos e
algumas cavidades corporais. Atua protegendo o corpo contra a entrada de
organismos patogênicos e evita perda excessiva de água (GARTNER
et al., 2007).
Epitélio glandular: É
o tecido epitelial responsável pela síntese de substâncias. Pode ser
classificado em: glândulas exócrinas, endócrinas e mistas. As glândulas
exócrinas apresentam ductos excretores que lançam sua secreção para fora do
corpo ou para o interior de cavidades de órgãos, como: glândulas sudoríparas e
lacrimais. Já as glândulas endócrinas lançam sua secreção no sangue e não
possuem ductos excretores, como: glândula da tireoide. Esse último tipo de glândula é responsável
pela produção de hormônios. As glândulas ditas mistas apresentam
regiões endócrinas e exócrinas ao mesmo tempo (GARTNER
et al., 2007).
Referências:
GARTNER, L.P. et al. Tratado de Histologia em Cores. Tradução: Thaís Porto Amadeu. Rio de Janeiro: 3. ed. Guanabara Koogan, 2007. 1308p.
JUNQUEIRA, L. C.; CARNEIRO, J. Histologia básica: Texto & Atlas. Ed. Guanabara Koogan, 2013.
OVALLE, William K.; NAHIRNEY, Patrick C.; NETTER, Frank Henry. Netter bases da histologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 536p.